Museu do Louvre durante a Segunda Guerra Mundial

Museu do Louvre durante a Segunda Guerra Mundial

Tempo de leitura: 5 minutos

Museu do Louvre durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1932, com a subida dos nacionalistas ao poder na Alemanha, diretores de diversos museus da França, prepararam uma lista das principais coleções públicas e privadas, que deveriam serem escondidas em caso de conflito.

Em 1938, quando Hitler invadiu a Áustria e uma parte da Checoslováquia, as autoridades francesas temendo uma iminente guerra, e se baseando nesta lista pré-estabelecida começaram uma verdadeira operação de evacuação das obras de arte para destinos secretos.

Museu do Louvre durante a Segunda Guerra Mundial
Castelo de Chambord

O ouro do Banco Francês foram enviados para cidades próximas ao litoral, para uma transferência marítima em urgência para algum pais aliado.

Quanto as obras de artes foram escolhidos castelos situados perto das florestas, longe das linhas férreas que poderiam a qualquer momento serem bombardeadas pelos aliados ou inimigos.

A partir de 28 agosto de 1939, segundo um plano bem elaborado e decisivo pelo diretor dos museus nacionais, Jacques Jaujard, as obras mais preciosas do Louvre começaram a serem retiradas.

Início da retirada das obras.

No dia seguinte, a declaração de guerra à Alemanha, 03 de setembro de 1939, o Louvre se esvaziou radicalmente.

Empresas de mudanças e de transportes de mercadorias são requisitadas, e em um só dia 37 caminhões partiram carregados de caixotes de madeira da “Cour Carrée” (pátio quadrado) do museu, em grupos de cinco a oito comboios, em direção aos castelos do Vale do Loire.

Ficou decidido pelos diretores que os objetos frágeis, móveis pesados, pinturas de menos valores artísticos, e esculturas que estavam sendo restauradas ficassem no Louvre, (como por exemplo; Diana de Versalhes), e que as renomadas, com prestígios internacionais ou marcantes para a história da arte fossem levadas primeiramente para o Castelo de Chambord e depois distribuídas para outros lugares.

As viagens

Sendo assim 3.691 pinturas foram desmontadas de suas molduras e encaixotados imediatamente para uma viajem perigosa, sem escoltas ou seguranças.

No departamento de esculturas gregas, algumas obras necessitavam de mais cuidados e mais dias para serem transportadas como foi o caso da “Vênus de Milo”, “Vitória de Samotrácia” e várias esculturas Gregas-Romanas, onde todas foram enviadas para o castelo de Valençay, (Loire).

As antiguidades egípcias foram enviadas para o castelo de Courtalan, (Loire). As pinturas espanholas, para o Museu Ingres, na cidade de Montauban ( Tarn-et-Garonne).

Um total de 5.446 caixas foram transferidas em mais de 200 viagens. Um verdadeira guerra de esconde-esconde para salvar uma grande parte da arte da humanidade.

Invasão alemã nazista.

Paris foi invadida em 14 de junho de 1940, e o Museu do Louvre depois ter ficado fechado por mais de um ano foi aberto ao público em 1° de outubro de 1940.

Um museu diferente, silencioso, longe da agitação que era conhecido. Um museu abandonado, relaxado e extremamente vazio, aberto somente uma parte do andar térreo com obras sem interesses, réplicas de pinturas, cópias de esculturas em gesso, (“Vênus de Milo”).

O Louvre tinha se transformado em um museu triste e decepcionante.

A boa sintonia.

Mas assim mesmo, o diretor francês, Jacques Jaujard conseguiu trabalhar em colaboração com o alemão, o conde Franz Wolff-Metternich, anteriormente responsável da proteção das coleções de arte da Alemanha, agora nomeado por Hitler, como diretor do Louvre.

Como a proteção das obras eram um objetivo e de interesse comum aos dois países, esses diretores conseguiram durante quase 2 anos trabalharem em boa harmonia.

Mas o conde Franz Wolff-Metternich, (já sabendo onde se encontravam as obras escondidas), foi substituído do cargo em junho de 1942, e enviado de volta para Alemanha. Mas como um grande apaixonado pelas artes e temendo que tudo fosse queimado pelos seus superiores guardou o segredo destes locais.

O novo diretor sobre ordens pessoais de Hitler, mandou esvaziar seis salas do departamento de antiguidades orientais e salas do museu “Jeu de Paumes”, nos jardins das Tulherias, para que fossem estocadas coleções de artes pilhadas dos judeus franceses, (ex: coleção Rothschild).

O herói Jaujard.

Protegidas militarmente até serem expedidas para Alemanha, Jacques Jaujard não conseguiu impedir estas transferências, mas seus colaboradores reuniram clandestinamente listas com os nomes dos verdadeiros proprietários. Com o fim da guerra e graças a estas listas, muitos destes proprietários foram restituídos.

Museu do Louvre durante a Segunda Guerra Mundial
Jacques Jaujard

O museu do Louvre recebeu de volta todas suas obras intactas, e depois de restauradas foram expostas ao público a partir de 15 de abril de 1945, e em 07 de outubro de 1947 foi reinaugurado a Grande Galeria, com nova ordem de apresentação.

O grande herói do Louvre e das Artes, o diretor Jacques Jaujard recebeu merecidamente a medalha de honra ao Mérito da Resistência francesa por salvar um boa parte do Patrimônio da Humanidade.

Hoje seu nome, Jaujard, se encontra homenageado na entrada principal da Escola do Louvre.

Viagens e esconderijos da Mona Lisa:

  • 27 de setembro de 1938, primeira viagem para o castelo de Chambord, voltando no mês seguinte para o Louvre.
  • 28 de agosto de 1939, viaja novamente para Chambord, (Loire).
  • 14 de novembro de 1939, transferida para o castelo de Louvigny (Loire).
  • 03 de junho de 1940, (11 dias antes da ocupação nazista em Paris), a Mona Lisa foi transferida para a abadia de Loc-Dieu, (Aveyron).
  • 03 de outubro de 1940, transferida para o museu Ingres à Montauban ( Tarn-et-Garonne).
  • 03 de março de 1943, transferida ao castelo de Montal, (Lot).
  • 16 de junho de 1945, volta triunfante para o museu do Louvre.

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2 Comentários


  1. Excelente post Tom e abençoado e iluminado Jacques Jaujard . Fiz comentário no post lá no face sobre o filme a Dama dourada ou a Monalisa Austríaca.
    Abs

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